Sentei-me de frente do computador para fazer o artigo do blog desta semana. Escrevi a primeira frase, levantei e peguei um café. Voltei para a mesa, tomei um gole de café, pensei um pouco, abri um link de pop-up que abriu na minha frente, naveguei por sites de notícias, acessei minha agenda, respondi mensagens no celular e o café acabou.
Passou-se uma hora e eu tinha escrito apenas uma frase. Fui novamente até a máquina de café pensando neste fenômeno: a procrastinação.
Voltei para a mesa e digitei, na mais famosa plataforma de busca, “o que é procrastinação?” e surgiram 4.870.000 resultados. Lendo os primeiros deles, aparece uma definição superficial: comportamento de adiar uma ação. Encontrei também anúncios prometendo vencê-la e centenas de dicas de como não procrastinar.
O preço da procrastinação
Desativei as notificações do notebook, coloquei o celular no silencioso e selecionei alguns artigos sobre o tema, de boas fontes. para ler.
Que pese o título desse artigo, descobri que a procrastinação é um problema sério, atinge a grande maioria de nós e traz funestas consequências, mesmo que inicial e momentaneamente tenhamos prazer de deixar tarefas importantes para depois (sensação de poder).
O terceiro café estava terminando quando conclui uma lista de efeitos indesejados do fenômeno, mas tive que levantar e fechar a porta, pois o som da televisão estava me distraindo. Confira:
- Sentimento de culpa;
- Baixa produtividade;
- Imagem de desleixado, por não concluir as tarefas dentro do prazo;
- Perder oportunidades por conta da falta de organização com o tempo;
- Sentir-se cansado ao final do dia, mesmo sem ter realizado as atividades que gostaria;
- Precisar concluir tarefas em pouco tempo e, com isso, obter resultados ruins ou medianos;
- Ter menos tempo para se cuidar e estar com a família por desperdiçar muitas horas.
Causa ou consequência
Um postite colado em um painel a minha esquerda me lembrou de um curso on-line que estou fazendo. Acessei o site do treinamento e já assistia à aula há quinze minutos quando lembrei que estava escrevendo sobre procrastinar.
Voltei aos artigos e uma coisa me saltou os olhos. A grande maioria das orientações de como vencer esse inimigo, inclusive dos grandes gurus da produtividade, foca os sintomas e desconsidera totalmente a origem do comportamento.
Selecionei os estudos que podiam me ajudar a responder a seguinte pergunta: por que procrastinamos? Esse comportamento é uma causa ou é o resultado de outra coisa?
Sintomas
O tempo que eu tinha reservado para escrever o artigo acabou e percebo que escrevi menos da metade do que eu pretendia. Lembrei que isso estava acontecendo com frequência.
No dia seguinte continuei a minha pesquisa. Os cientistas afirmam que a procrastinação é, como eu suspeitava, um sintoma. Você pode adiar uma ação – ou se costumar a fazer isso – por muitos motivos.
Sendo assim, é preciso atacar o que causa esse comportamento para poder vencê-lo. Um analgésico pode até fazer a dor passar, mas, se não atuarmos na causa, a dor voltará.
De olho nas causas
Assim é com a procrastinação. Seguir as ‘dicas’ de autoajuda não vai te trazer nenhum mal. Aliás, vai te ajudar. Sempre é bom aprender as metodologias de como ser mais produtivo.
Entretanto, se você não identificar o que te leva a adiar suas tarefas, logo vai adiar novamente. O comportamento vai voltar, só que agora com muitas ferramentas a sua disposição.
Algumas possíveis causas
Na minha busca me deparei com um estudo que listava mais de uma dúzia de razões para se procrastinar. Para que este artigo não virasse um “textão”, selecionei quatro mais comuns. Exclui as patologias por motivos óbvios.
- Você não gosta do que faz
Se você faz algo por obrigação, é natural que não coloque ali seu foco e sua energia. Os distraidores a sua volta vão vencer essa batalha com facilidade.
E não há nenhuma técnica de melhoria de produtividade que resolva isso.
- Você não sabe o que quer para sua vida
Não saber para onde está indo, não há por que ter pressa, não é mesmo? Afinal, o contrário de procrastinar é acelerar, antecipar, adiantar…
- Preguiça
A preguiça não é sinônimo de procrastinação, mas pode levar a ela. O procrastinador clássico até trabalha muito e realiza muitas tarefas. Ele tem disposição de forma geral, só não tem para algumas tarefas que, geralmente, são as mais importantes.
O preguiçoso, em regra, não tem disposição para nada. Às vezes, tem a ver com personalidade e caráter e às vezes é um sintoma de algo que está errado com o organismo.
- Falta de hábito
Se você não tem o hábito da leitura, sempre que for ler vai procrastinar. O nosso cérebro não gosta de novidades. Sua função é garantir a nossa sobrevivência e é louco por economia de energia. Toda e qualquer nova atividade terá resistência. É por isso que criar um hábito leva tempo.
Atuando nas causas
Identificando a causa é hora de enfrentá-la. Existem algumas técnicas e profissionais que podem te ajudar neste desafio.
Várias causas podem estar presentes na mesma pessoa em atividades diferentes.
Sendo assim, a pergunta a ser feita deve ser a mais específica possível. Não se pergunte por que procrastina. Pergunte: por que procrastino nesta atividade?
Seja como for, lembre-se que todos nós procrastinamos, uns mais e outros menos. Você não é nenhum ponto fora da curva por causa disso. Busque seus motivos e atue sobre eles.
E foi assim que me organizei, evitei distrações e conclui esse artigo. Lendo-o agora estou sentindo uma sensação maravilhosa de dever cumprido, o que é ótimo para meu bem-estar e fortalecimento do senso de utilidade e autoestima.
Acho que esse artigo foi feito para minha situação atual, nos últimos meses li muito sobre ferramentas de combate às consequências da procrastinação. O que me fez ser altamente produtivo, por um tempo…
Por sorte, agora estou me reerguendo, aproveito para solicitar que futuramente explique como associar o local que você quer chegar com as atividades que você não quer fazer.👍
Oi Dimitri…
Pois é. As ferramentas de produtividades são excelentes e importante. Mas, como foi dito no artigo, seus efeitos não são sustentáveis. É preciso agir na causa.
Obrigado pela sugestão de tema para um novo artigo. Aguarde.