CarreiraDesenvolvimento Pessoal

Cuidando da sua carreira

Homem pensando

Em visita a uma grande empresa em Brasília, presente em quatro Estados e com mais de três mil funcionários, fui surpreendido com anúncios de empregos, no quadro de aviso do refeitório.

Questionei ao meu anfitrião, o diretor de gestão de pessoas da organização, do que se tratava. Cheguei a pensar que se referia a uma liberalidade da empresa em permitir que algum funcionário trouxesse aquele tipo de anúncio.

O Executivo me informou que aqueles anúncios faziam parte de uma política interna. Não só nos quadros de avisos, mas, principalmente na intranet, na página voltada para questões das pessoas, o funcionário encontrava ofertas de emprego na região.

Mantendo a porta aberta

Além disso, o pessoal do RH está capacitado para dar orientação profissional para todos aqueles que demonstrasse interesse de deixar a empresa. Assessora na montagem do currículo, na criação de um perfil competente em rede social profissional e em todos os passos de uma transição de carreira.  Uma espécie de recolocação de profissionais, mesmo sem a organização passar por uma reestruturação.

A ideia, me explicou o diretor, fazia parte do programa de retenção de talentos do Grupo, que comunica que o colaborador que não estiver satisfeito no trabalho, terá apoio para a sua recolocação.

Ficar por opção

Sobre a possibilidade da iniciativa ser interpretada como uma pressão ou ameaça, o CHRO adiantou que uma campanha de comunicação e negociação com os representantes dos funcionários antecederam o lançamento da iniciativa.

E o mais interessante, foi identificado um aumento na satisfação no trabalho após a implantação do projeto, creditado a dois fatores, segundo o executivo: transparência na relação de emprego e aumento da consciência do empregado da sua situação de empregabilidade.

Conhecer as opções permite escolhas melhores

Só podemos afirmar que ganhamos pouco se o mercado está pagando melhor para aquela função que desempenhamos. O simples desejo de ganhar mais ou achar que merecemos mais, não é parâmetro eficiente.

O programa apoia também aqueles que querem mudar de setor ou até de empresa dentro do conglomerado. Em outras palavras: eles querem a pessoa certa no lugar certo, mesmo que esse lugar seja outra empresa.

A insatisfação pode imobilizar…

Lembrei de uma vez que, na condição de responsável pela área de Gestão de Pessoas na empresa que eu trabalhava, fui questionado em uma reunião por um funcionário, Lauro, que estava bastante insatisfeito com o seu trabalho e com a organização. Perguntei-lhe o que ele estava fazendo para resolver a situação. Ele respondeu:

– Eu? Creio que é o banco que tem que tem que resolver isso!

Essa resposta, mesmo podendo parecer lógica para você, está desconectada da realidade. As organizações têm a obrigação de construir um ambiente de trabalho saudável, que inclua a remuneração justa, clima organizacional saudável, desenvolvimento e oportunidade de crescimento. Caso não consigam entregar isso ou a entrega é insuficiente na sua percepção, cabe a você resolver isso.

Lauro me contou que tinha se preparado dois anos para o concurso é que já tinha 3 de empresa. Perguntei-lhe, também, se ele ia trabalhar mais trinta anos infeliz. Ele ficou sem palavras.

… ou ser uma mola propulsora

O tempo passou e certa vez me encontrava na sede da empresa quando um profissional me abordou. Era Lauro. Irreconhecível. Sorriso no rosto, barba bem-feita e com roupas mais formais.

Contou-me que aquela nossa conversa tinha sido um divisor de águas na sua carreira. Nos dias seguintes ele pensou nas suas alternativas. Ou conciliar o estudo para um novo concurso com o trabalho, estimava que em menos de três anos já estaria em outra empresa. Ou, aproveitar as oportunidades de treinamento e de ascensão que o banco oferecia e fazer carreira.

Tinha optado inicialmente pela segunda alternativa e em apenas um ano já estava cedido para a diretoria de crédito, ainda com o mesmo salário, mas consciente que sua efetivação no novo cargo só dependia dele.

Saí daquela conversa com um sorriso maior do que o dele e com a imensa vontade de fazer igual a Pelé quando fazia um gol: correr, pular e socar o ar.

Só não espere uma solução cair do céu

A empresa do início desse artigo, a atitude de Lauro e tantas outras experiências que vivenciei comprovam que podemos e devemos criticar a empresa sempre que acharmos que ela pode ser melhor. Entretanto, o que resolve mesmo é conhecer suas competências, seu potencial, o mercado de trabalho e sua empresa. Assim você poderá decidir se você deve partir para novos desafios ou aproveitar as oportunidades internas. Isso é ter a sua carreira sob controle.

E como afirmei no artigo ‘O problema é seu‘, ter a sua carreira sob controle apresenta uma série de benefícios, entre eles, a possibilidade de um maior equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.

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