Esta é a quarta parte do artigo sobre ferramentas utilizadas na jornada de autoconhecimento. Já apresentamos a Teoria dos Pontos fortes e o Perfil Comportamental DISC.
Agora nos dedicaremos ao Perfil Psicológico MBTI.
Perfil Psicológico MBTI
O teste em tela foi criado, durante a Segunda Guerra Mundial, por duas professoras: Isabel Briggs Myers e sua mãe, Katharine Briggs, com base em uma teoria de Carl Jung, descrita no livro Tipos Psicológicos, de 1921.
Myers e Briggs tinham dois grandes objetivos com essa criação:
- Auxiliar mulheres que trabalhavam em indústrias militares a identificarem funções nas quais poderiam ser mais eficientes;
- Ajudar a promover a paz mundial ao fazer com que as pessoas compreendessem a importância das diferenças individuais.
Que legal, não é?
Assim, surgiu o teste de personalidade MBTI (do inglês, Myers-Briggs Type Indicator) ou Indicador do Tipo Myers Briggs.
A utilização do MBTI
O MBTI foi atualizado em 1962. Atualmente ele já está disponível em 28 línguas e já foi usado oficialmente em 115 países. The Myers-Briggs Company, detentora dos direitos do teste, afirma no seu site que 88% das companhias da lista “Fortune 500” (empresas mais valiosas dos EUA) utilizam o MBTI.
A companhia desaconselha a utilização do teste para seleção de candidatos a empregos. Segundo a Myers-Briggs este uso do MBTI é antiético e jamais deve ser exigido que as pessoas façam a avaliação para conseguir uma vaga de emprego.
Nem mesmo o uso para processos de recolocação interna é indicado. O teste de personalidade deve ser usado apenas para desenvolvimento pessoal e coletivo.
E como funciona?
De acordo com a teoria, podemos dividir a nossa personalidade em 4 dimensões:
- De onde vem a nossa Fonte de Energia;
- De que forma percebemos o mundo
- A maneira como avaliamos, julgamos, organizamos e tomamos decisão;
- E, por fim, nosso Estilo de Vida
Para cada dimensão dessa o MBTI aponta duas alternativas. Ou seja:
- Fonte de Energia – Nossa energia pode vir por meio da interação com outras pessoas (os Extrovertidos) ou pelo engajamento em ativadas solitárias (os Introvertidos).
- Modo de Perceber o mundo – Temos os Sensoriais (voltados para o concreto) e os Intuitivos (voltados para o abstrato).
- Maneira de Julgamento – Temos os lógicos, objetivos, chamados de Racionalistas; e os que decidem com o coração, são os Sentimentais.
- Estilo de Vida – os Julgadores – gostam de regras claras e de viver de maneira planejada, estruturada. E os Perceptivos – gostam de liberdade e flexibilidade.
16 Personalidades
Da combinação dessas alternativas surgem 16 tipos de personalidades:
Analistas/Racionais
Arquiteto: Criativo, estratégico, lógico e independente;
Lógico: Reservado, independente e com muito interesse por teorias, conhecimento e inovação;
Comandante: perfil proativo para resolver problemas, ousado, criativo, confiante, estratégico, predominantemente racional e carismático;
Inovador: perfil curioso, inteligente, analítico e flexível.
Diplomatas/Idealistas
Advogado: pessoa reservada, cheia de ideias, com opiniões fortes e resiliente;
Mediador: Empático, flexível, criativo, reservado, discreto e muito ético;
Protagonista: Líder, com muito carisma, prestativo e animado;
Ativista: Criativo, sociável e independente.
Sentinelas/Guardiões
Logístico: Responsável e comprometido, organizado, metódico e realista;
Defensor: Empático, atento aos detalhes e bastante paciente;
Executivo: Empreendedor, eficiente e determinado;
Cônsul: Popular, carismático, carinhoso, sociável e colaborativo.
Exploradores/Artesões
Aventureiro: Gosta de inovar, sensível, ousada, flexível e contestadora;
Empresário: Inteligente, com grande apetite pelo risco, pragmática e persuasiva;
Animador: Animado, com bastante energia, sociável, tolerante e colaborativo;
Virtuoso: perfil tecnicamente habilidoso, analítico, prático e ousado.
As 16 personalidades são geradas a partir das combinações entre as dicotomias e os tipos psicológicos, com características dos dois grupos.
E as diversas combinações entre elas, considerando ainda a intensidade que ela é observada em cada um, faz com que cada um de nós sejamos únicos.
No Brasil, a consultoria Fillipelli detém os direitos desse assessment.
Na próxima semana conversaremos sobre a caçula das ferramentas: Força de Caráter.