Miguel Arruda
A chuva no telhado O relâmpago na janela Os trovões na parede E um aperto incômodo no meu coração de criança Uma doce voz começava a se ouvir E à medida que preenchia o quarto Uma batalha começava ali Entre seres que brotava daquelas canções O Senhor da Floresta, guerreiro tupi Livrava Rosabela, linda donzela Das garras e do canto funesto Da carimbanba, ave da noite O vento que balança as palhas do coqueiro Movia a taboa que laçava A filha formosa do morubixaba Que tentava fugir com o intrépido jangadeiro Os olhos da cobra verde Fitavam a santa beata Enquanto o cangaceiro... O torpor dominava meu corpo E por fim, me entregava E aqueles seres místicos Continuavam suas sagas nos meus sonhos