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Nasci no sertão pernambucano filho de uma improvável conjunção. Nas minhas veias corre o sangue dos Kariris, que viviam da caça, da pesca e da agricultura, respeitando a mãe terra. De aventureiros portugueses. Que vinham para esta terra tentar a vida sem saber o que encontrariam. E de guerreiros sudaneses, trazidos a força para serem escravos, separados das suas famílias, do seu lar, da sua terra… Chegavam em Porto de Galinhas e “trabalhavam” nos canaviais até chegar no sertão.

Fanatismo – Florbela Espanca – Episódio 7

Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida.Meus olhos andam cegos de te ver.Não és sequer razão do meu viverPois que tu és já toda a minha vida! Não vejo nada assim enlouquecida…Passo no mundo, meu Amor, a lerNo mist’rioso livro do teu serA mesma história tantas vezes lida!… “Tudo no mundo é frágil, tudo passa…Quando me dizem…

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Fanatismo

A poesia é também um instrumento de luta. Afinal, o poeta aponta para o mundo ideal, “lá onde a lei seja o amor”, como disse Dominguinhos. E se o mundo ideal não existe, é caminhando na sua direção que construímos um mundo melhor. A portuguesa Florbela Espanca sabia disso. Contra o machismo da época (1894-1930)…

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Poesia com sotaque
Poesia com sotaque
Episódio 7
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Via láctea – Olavo Bilac – Episódio 6

Soneto XIII “Ora (direis) ouvir estrelas! CertoPerdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,Que, para ouvi-las, muita vez despertoE abro as janelas, pálido de espanto… E conversamos toda a noite, enquantoA Via-Láctea, como um pálio aberto,Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,Inda as procuro pelo céu deserto. Direis agora: “Tresloucado amigo!Que…

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Esquecimento

Miguel Arruda Aconteceu… E agora tenho que ir embora. Para ti Deixarei lembranças De momentos mágicos Que insistirão Em visitar teus sonhos. Além da distância Virá, depois, o tempo E outros Logo Aquele poeta Que partiu na tarde Morará em teu esquecimento.

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Via Látea

Via láctea v Aqui no Poesia com Sotaque subvertemos qualquer ordem. Quem disse que o Parnasianismo vem antes do Modernismo. Aqui não. A ordem aqui é não ter ordem. E se você pediu o baiano Olavo Bilac depois do maranhense Ferreira Gullar, é ele que vamos ouvir. Bilac é um dos melhores poetas do País….

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Poesia com sotaque
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Episódio 6
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Traduzir-se – Ferreira Gullar – Episódio 5

Uma parte de mim é todo mundo: outra parte é ninguém: fundo sem fundo.  Uma parte de mim é multidão: outra parte estranheza e solidão.  Uma parte de mim pesa, pondera: outra parte delira.  Uma parte de mim almoça e janta: outra parte se espanta.  Uma parte de mim é permanente: outra parte se sabe…

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Traduzir-se

José de Ribamar é um dos nomes mais comum na ilha Upuon-Açu, onde fica São Luís do Maranhão (assim como Nonato do Piauí e Zé na Paraíba e outros estados Nordestino). Acho que foi por isso que ele mudou para FERREIRA GULLAR.

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Poesia com sotaque
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Episódio 5
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Morte e Vida Severina – João Cabral de Melo Neto – Episódio 4

(Trecho) O meu nome é Severino,não tenho outro de pia. Como há muitos Severinos,que é santo de romaria,deram então de me chamarSeverino de Maria: como há muitos Severinoscom mães chamadas Maria,fiquei sendo o da Mariado finado Zacarias. Mas isso ainda diz pouco:há muitos na freguesia,por causa de um coronelque se chamou Zacariase que foi o…

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Morte e vida Severina

Esse quarto episódio é especial, pois inaugura uma série de poesias nordestinas. E nada melhor do que começar com um conterrâneo.  João Cabral de Mello Neto, considerado por muitos o maior poeta brasileiro, é de Recife. Sua obra tem uma tendência surrealista, mas é também popular. “Um galo sozinho não tece uma manhã:ele precisará sempre…

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Poesia com sotaque
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Episódio 4
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Horas mortas

Alberto de Oliveira Breve momento após comprido dia De incômodos, de penas, de cansaço Inda o corpo a sentir quebrado e lasso, Posso a ti me entregar, doce Poesia. Desta janela aberta, à luz tardia Do luar em cheio a clarear no espaço, Vejo-te vir, ouço-te o leve passo Na transparência azul da noite fria….

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