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Nasci no sertão pernambucano filho de uma improvável conjunção. Nas minhas veias corre o sangue dos Kariris, que viviam da caça, da pesca e da agricultura, respeitando a mãe terra. De aventureiros portugueses. Que vinham para esta terra tentar a vida sem saber o que encontrariam. E de guerreiros sudaneses, trazidos a força para serem escravos, separados das suas famílias, do seu lar, da sua terra… Chegavam em Porto de Galinhas e “trabalhavam” nos canaviais até chegar no sertão.

Ninar

Miguel Arruda A chuva no telhado O relâmpago na janela Os trovões na parede E um aperto incômodo no meu coração de criança Uma doce voz começava a se ouvir E à medida que preenchia o quarto Uma batalha começava ali Entre seres que brotava daquelas canções O Senhor da Floresta, guerreiro tupi Livrava Rosabela,…

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Fotopoesia

Para Paula Correia Miguel Arruda Atenta Busca a cena perfeita Enquadra-a! Luz, distância, abertura… Registra-a A razão impera. Mas, só o observador dirá Se é bela. Absorta A cena perfeita te encontra Te enquadra, te envolve O instrumento é só um instrumento… Captura-a O fôlego falta Captura-a? Por um instante talvez Pois, como uma borboleta…

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Amar

Mineiro de Itabira, Carlos é uma unanimidade. Creio que ele escreveu sobre tudo, desde questões existenciais, como o sentido da vida e da morte, amor e sexo, passando por questões cotidianas, familiares e políticas, como a utopia socialista, dialogando sempre com correntes tradicionais e contemporâneas de sua época. As características formais e estilísticas de sua…

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Poesia com sotaque
Poesia com sotaque
Episódio 3
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Amar – Drummond – Episódio 3

Que pode uma criatura senão,Entre criaturas, amar?Amar e esquecer, amar e malamar,Amar, desamar, amar?Sempre, e até de olhos vidrados,amar? Que pode, pergunto, o ser amoroso,Sozinho, em rotação universal,Senão rodar também, e amar?Amar o que o mar traz à praia,O que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,É sal, ou precisão de amor, ou simples…

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Holograma

Miguel Arruda Gosto de observar pessoas que não conheço Apressadas, distraídas, indômitas Leves, altaneiras, perdidas… As que dormem cedo As que acordam na madrugada. Dramáticas, despojadas, altivas Amistosas, coloridas, desconfiadas… As que perderam um amor As que despertam desejo. Inquietas, delicadas, sisudas Levianas, maduras, magoadas… As que levam o mundo nas costas As que estão…

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Eros e Psiquê

Chegamos ao nosso segundo episódio de Poesia Com Sotaque. Vou fazer suspense sobre o nosso convidado da semana. Quer saber? Clique e ouça. Afinal essa é a ideia. Creio que você vai gostar muito. Lá vou falar também como você faz para entrar em contato conosco. Tanto para enviar sua sugestão de poesia, como para…

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Poesia com sotaque
Poesia com sotaque
Episódio 2
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Eros e Psiquê – Fernando Pessoa – Episódio 2

Conta a lenda que dormiaUma Princesa encantadaA quem só despertariaUm Infante, que viriaDe além do muro da estrada. Ele tinha que, tentado,Vencer o mal e o bem,Antes que, já libertado,Deixasse o caminho erradoPor o que à Princesa vem.  A Princesa Adormecida,Se espera, dormindo espera,Sonha em morte a sua vida,E orna-lhe a fronte esquecida,Verde, uma grinalda…

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Motivo

Poesia Com Sotaque faz uma estreia de alto nível ao homenagear a poetisa carioca CECÍLIA MEIRELES, cuja obra de caráter intimista tem foco na temática social. Começou a escrever com nove anos e com 18 publicou o seu primeiro livro “Espectros”. Foi a primeira voz feminina de grande expressão na literatura brasileira, com mais de…

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Poesia com sotaque
Poesia com sotaque
Episódio 1
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Motivo – Cecilia Meireles – Episódio 1

Eu canto porque o instante existee a minha vida está completa.Não sou alegre nem sou triste:sou poeta. Irmão das coisas fugidias,não sinto gozo nem tormento.Atravesso noites e diasno vento. Se desmorono ou se edifico,se permaneço ou me desfaço,— não sei, não sei. Não sei se ficoou passo. Sei que canto. E a canção é tudo.Tem…

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