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Um caminho para a Felicidade – Realizações

Homem de costas com os braços abertos

Este é o quarto artigo da série Um Caminho para a Felicidade, onde estamos analisando a proposta de Martin Seligman[1] de como podemos ser felizes ou mais felizes. O caminho apontado pelo pesquisador prevê o cultivo dos elementos abaixo:

P – Favorecer as Emoções Positivas;

E – Buscar o equilíbrio entre nossas competências e os desafios;

R – dedicar-se a relacionamentos saudáveis;

M – Alinhar-se ao seu propósito; e

A – Conquistar os seus objetivos.

O acrônimo acima (PERMA) é do inglês: Positive emotions; Engagement; Relationship; Meaning; e Accomplishment.

Nos posts anteriores discorremos sobre as Emoções Positivas, Engajamento e Relacionamentos.

Prefiro não obedecer a ordem do acrônimo e falar primeiro sobre Accomplischment, que aqui vamos traduzir como Realizações.

Sentido ou Propósito ficará para o último post da série. Mesmo porque, não há uma sequência ou um passo a passo a seguir. Estas cinco dimensões devem ser buscadas conjuntamente. Sua apresentação separada tem apenas função didática.

Realizações

O quarto componente da felicidade é a realização quando buscada por ela própria, pelo seu sentido intrínseco que lhe pode ser atribuído.

Você pode adquirir um carro pelo prazer de possuir aquele bem, de mostrar às pessoas e pelo status que ele pode auferir. Tudo isso é extrínseco e entrará na esteira hedônica e, em pouco tempo, precisará de mais outro bem para devolver lhe aquela satisfação.

Esteira hedônica

A esteira ou adaptação hedônica é uma das ameaças à felicidade. É quando se condiciona a felicidade a uma conquista ou uma realização. A satisfação ou alegria (que às vezes chamamos de felicidade) advinda dessa conquista ou realização, logo desaparece. Assim precisamos de outra e de outra.

Se a sua condição de se tornar feliz é a aquisição de um carro, uma casa ou um certo nível salarial, assim que você conseguir essas coisas, automaticamente estabelece-se novo objetivo a se atingir (um carro mais caro, uma casa de praia ou um nível salarial ainda maior).

A realização que traz felicidade

Não é um tipo de realização específica que traz felicidade. É o valor que você dar a ela.

A realização pela realização, a vitória pela vitória – mesmo que ela não chegue, e sim como medida do esforço, do empenho, da garra – é uma forte contribuinte para a felicidade.

É a busca do sucesso não pela ostentação, mas, como um fim em si mesmo, pelo prazer da conquista, da vitória ou até mesmo pelo prazer em buscá-la.

Os elementos da felicidade devem ser vistos em conjuto

Seligman apresenta a realização como o último elemento (mesmo eu tendo deixado propósito para o final). Não por ser mais importante. A ideia é que é mais fácil compreender o papel das emoções positivas, do engajamento, dos relacionamentos positivos e até do propósito para a felicidade. Em um crescente, logo entenderemos como encarar a realização como objetivo em si mesma.

Assim, ter e cumprir metas, objetivos, isto é, realizar algo contribui para a felicidade, principalmente se o foco for a jornada e não a linha de chegada.

Benefícios da Felicidade

E se a realização é um dos componentes da felicidade – quando é um fim em si mesma – a felicidade, por sua vez favorece a vitória, a conquista, o sucesso.

Mais de uma década de pesquisas revolucionárias nos campos da psicologia positiva e da neurociência comprovam, sem sombra de dúvida, que a relação entre sucesso e felicidade é, na verdade, o contrário do que se costuma acreditar. Graças a essa ciência de vanguarda, agora sabemos que a felicidade precede o sucesso, e não resulta dele. E que a felicidade e o otimismo na verdade promovem o desempenho e a realização – proporcionando-nos a vantagem competitiva que chamo de Benefício da Felicidade.

Shawn Achor

As realizações, por fim, sempre nos trouxeram satisfação e alegria. Mesmo que passageiras. Se você conseguir encará-las como um valor intrínseco, elas podem fazer muito pela sua felicidade.


[1] Martin Seligman é professor e pesquisador da Universidade da Pensilvânia e ex-presidente da Associação Americana de Psicologia, autor de Florescer entre outros.

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