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Um caminho para felicidade: engajamento

quatro pessoas se equilibrando em uma perna

Este é o segundo post da série Um caminho para a felicidade. O objetivo é se debruçar sobre a teoria do professor e pesquisador da Universidade da Pensilvânia e ex-presidente da Associação Americana de Psicologia, Martin Seligman, apresentada no livro Florescer.

Como discorrido no artigo da semana passada, as pesquisas do autor apontam para um dos possíveis caminhos para a felicidade, por meio do cultivo dos elementos abaixo:

P – Favorecer as Emoções Positivas;

E – Buscar o equilíbrio entre nossas competências e os desafios;

R – Dedicar-se a relacionamentos saudáveis;

M – Alinhar-se ao seu propósito; e

A – Conquistar os seus objetivos.

O acrônimo acima (PERMA) é do inglês: Positive emotions; Engagement; Relationship; Meaning; e Accomplishment.

Engajamento?

Primeiro diremos o que não é engajamento para efeito desse artigo e da teoria do PERMA.

  • Engajamento não é o resultado das interações que acontecem nas redes sociais (curtidas, comentários e compartilhamentos).
  • Também não é a concepção utilizada nas organizações para nomear a ligação afetiva do colaborador com a empresa.

E o que é então Engajamento?

Engajamento para efeito deste artigo é aquela situação em que ao nos envolvermos com uma atividade parece que o tempo para ou anda mais rápido e a sensação de prazer e satisfação é imensa.

Nas palavras de Mihaly Csikszentmihalyi, o maior especialista do assunto, que também chamou de fluxo ou flow, engajamento é o:

estado em que a pessoa fica tão envolvida numa atividade que nada mais parece importar, em que a experiência em si é tão apreciada que nos entregamos a ela mesmo a um alto preço, pela mera satisfação de vivê-la.

Já o professor Elder Kamei, considerado o maior especialista em flow do Brasil, afirma que o engajamento:

ocorre sempre que os desafios de uma atividade estão em equilíbrio com as habilidades percebida pelos indivíduos, acima de um nível médio. Nesse estado, também chamado de experiência ótima, as pessoas se sentem mais concentradas, no controle da situação, mais felizes, mais fortes, ativos, envolvidos, criativos, livres, entusiasmados, abertos, e mais motivadas.

Não se pode forçar o Flow

Interessante ressaltar que essa situação se apresenta apenas quando executamos uma atividade que queremos e não gostaríamos de estar fazendo nenhuma outra coisa naquele momento.

O engajamento não ocorre quando somos obrigados a executar uma tarefa ou quando fazemos algo porque não tinha nada melhor para fazer.

Ainda de acordo com as pesquisas, para haver um estado real de flow, o nível do desafio e as habilidades do indivíduo devem estar em equilíbrio.

Estágios entre desafios e habilidades

A relação entre desafio e habilidade permitiu que a Ciência definisse três estágios distintos de emoções:

  1. O desafio se apresenta em um nível superior às nossas habilidades – gera ansiedade e insegurança;
  2. O desafio se apresenta aquém das nossas habilidades – ficamos entediados e desmotivados;
  3. Nossas habilidades/conhecimentos/competências são compatíveis com os desafios apresentados – experimentamos o flow, o engajamento.

Enfrentando o tédio e a ansiedade

Para fugir do tédio e da ansiedade, que contribuem negativamente para a felicidade, é preciso identificar onde você se localiza no esquema acima.

  1. Desafio > Habilidades – É hora de buscar essa diferença por meio de capacitação. Lembre-se: habilidades são aprendidas;
  2. Desafios < Habilidades – É hora de buscar novos atividades/tarefas que realmente te desafie;
  3. Desafios = Habilidades – Identifique essas atividades que te levam ao flow e cuide para que essa situação acorra com desafios altos e habilidades altas. Isso traz maior contentamento.

O Flow e o ambiente de trabalho

Se você estiver pensando que o engajamento (ou flow) só acontece em atividades de lazer ou artísticas, você não está sozinho. O próprio Mihaly chegou a pensar assim, pois identificou o fenômeno inicialmente em artistas e atletas.  

As pesquisas revelaram, entretanto, que o flow também é vivenciado no trabalho. E não só naquelas atividades criativas, como publicidade, programação ou design. O flow, ou estado de experiência ótima, é experimentado em todo tipo de trabalho: da linha de produção às decisões estratégicas.

Para muitos, não há lugar mais propício para o engajamento acontecer do que no trabalho – metas claras, feedback imediato e oportunidade de desenvolvimento de habilidades.

Você e o flow

Seja no trabalho, seja em outras atividades, o importante é que você perceba as situações que te engajam (Habilidades = Desafio).

Importante, também, é identificar aquelas que você gosta muito, mas que te deixam ansioso devido suas habilidades ainda não serem suficientes para dar conta. Descubra qual a habilidade que precisa ser desenvolvida e busque essa melhoria.

Lembre-se: o equilíbrio entre o que a atividade exige (desafios) e as ferramentas que você possui (habilidades) transporta você para o mundo do prazer e contribui grandemente para a sua felicidade.

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