Desenvolvimento Pessoal

A viagem mais fantástica da sua vida

Visão de uma mesa com aprechos de viagem: câmera, mapa e passaportes.

Viajar é quase uma unanimidade. Talvez porque a motivação não é a viagem em si, e sim o que leva você a fazê-la.

Tem gente que viaja para se afastar da sua rotina que não é lá tão agradável. Outros, porque querem conhecer novas pessoas, e por aí vai. Conhecer novos lugares, descansar, se aventurar, aprender novo idioma, viver novas experiências, ter contato com novas culturas, gastronomia, museus…

Seja qual for o motivo alguns verbos serão comuns na definição: visitar, conhecer, aprender, experimentar. Essas ações, naturalmente, trazem consequências para quem as implementam.

Ou seja, não dá para viajar impunemente. Há consequências. A pessoa que volta é, na maioria das vezes, diferente daquela que embarcou. É claro que algumas viagens têm poder transformador mais do que outras e que, também, depende do tanto que você está disposto em mergulhar nesse oceano.

E por que é assim?

A viagem tem duas características que contribuem para que essa seja uma das maiores experiências humanas. O novo previsível e a nudez protegida. Como? Explico.

O ser humano gosta, necessita, almeja, busca a segurança. O novo, o totalmente desconhecido o apavora. Clarice Lispector dizia: “Tenho um pouco de medo: medo ainda de me entregar pois o próximo instante é o desconhecido. ”

Esse medo, dirá os psicólogos, neurocientistas e antropólogos foi o que nos permitiu chegar até aqui. É o nosso comando (ou instinto?) mais antigo: a sobrevivência. Em outras palavras nosso cérebro quer apenas nos proteger, pois o desconhecido pode esconder um perigo.

Entretanto, nas viagens atuais, o total desconhecido não mais existe. Ou ficou apenas para uma meia dúzia de aventureiros.

Queremos o novo, mas queremos segurança. Daí o novo previsível. Gostamos de conhecer algo novo para nós, mas que alguém já tenha estado lá e nos deem todas as ‘dicas’.

E a tal nudez protegida? Simples. Quando viajamos nos despimos. Além, de levarmos literalmente pouca roupa, deixamos na origem nossos bens, nosso cargo, nosso status.

Esse despojar-se é fundamental para que a experiência no novo se revele em nós. Nas viagens fazemos o que não fazemos normalmente. Lembre-se da sua última viagem e virá à sua mente momentos e situação que você se permitiu ser mais natural. Você se despiu.

Obviamente, essa nudez não é plena (por isso a chamo de protegida). Na eminência de algum perigo, lançamos mão do nosso uniforme.

E se você não tivesse medo?

Existe um lugar que supera em muito as experiências que você teve em todas as suas viagens juntas. Lá, conhecer e aprender é em outra escala. Se em uma viagem tradicional voltamos transformados, neste lugar a palavra transformação assume outro significado. Talvez, o seu verdadeiro significado. Ou seja, para quem se aventurar, o prêmio é glorioso.

Entretanto, lá ninguém esteve antes. E os que se aventuraram superficialmente, não parecerão verossímeis. O desconhecido se compara ao cabo Bojador na época das grandes navegações. Que para superá-lo, como disse Fernando Pessoa, tinha que passar além da dor.

Outra condição: é preciso se despir. Melhor, é preciso se despojar. Das verdades, da bagagem, dos dogmas, da armadura, da empáfia, da gravata, do salto, da escritura, do orgulho, da origem, do gênero, da carteira… leve apenas sua alma e seu coração.

O guia, e tem de vários matizes, só podem te trazer até o portal e te incentivar – como estou fazendo – mas, a viagem, o mergulho nesse mar, a subida nessa montanha, você terá que fazer sozinho.

Mas, o prêmio é glorioso, não esqueça!

Creio que não preciso dizer que essa viagem fantástica é para dentro de você mesmo, para o seu interior. A indescritível jornada do autoconhecimento.

Pode ser que quando retornares eu não te reconheça. Mas, estou feliz em que tenha aceitado o convite.

Boa viagem!

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Carlo Dimitri Martins e Arruda

Este primeiro artigo traz uma sensação de episódio piloto de série, que nos vende uma ideia, e nos apresenta um vislumbre do que virá.

Importante salientar que as primeiras postagens de um site são aquelas que serão excluídas ou alteradas em um futuro próximo, devido a qualidade entre outros fatores.

Obrigado pelo convite a esta viagem, estou louco para embarcar.

Jhuliane Alvim

Interessante! Essa é a viagem que eu decidi realizar esse ano. O autoconhecimento! Vamos lá!

[…] um outro artigo (A viagem mais fantástica da sua vida) afirmei que a jornada para dentro de nós garante um glorioso […]